quarta-feira, maio 10, 2006

Capitulo I
A partida há muito estava agendada!
Os preparativos da jornada arrastavam-se há semanas...
As bicicletas foram afinadas (obrigado Sr. Vidal, do Stand Vidal, em Ílhavo), muitos quilómetros foram percorridos pelas estradas de Ílhavo, Vagos, Oliveira do Bairro, Aveiro...
Estava minimamente preparado!
Chegou, entretanto, a altura de preparar as bicicletas, afinal, não iríamos ter carro de apoio, e cerca de 300 km, exigiam mediadas especiais.
A Trek da Cris, foi fácil. Um suporte de bicicleta de “velho” resolveu a situação. E umas pastas de propaganda médica, imitavam com grande perfeição, alforges de topo de gama...
A minha Decathlon com suspensão total é que me deu dores de cabeça.
Vi, na Sportzone, um suporte que se prendia ao espigão do selim. Era mesmo aquilo que precisava! Aquele suporte servia perfeitamente! Quer dizer, servia lá, na loja... Quando cheguei a casa e coloquei os meus alforges “topo de gama”, todo o meu contentamento por ter encontrado uma solução, caiu por terra.... Neste caso, tijoleira...
O suporte que, supostamente, aguentava 9 kg vergava-se com o peso dos alforges vazios!!!... Mas este nem era o maior problema, os alforges batiam nos raios da roda traseira!
Como é que vou resolver isto, pensei eu...
Lembrei-me de fazer uma armação que afastasse os sacos dos raios...
Tinha de ser forte e resistente!
Ferro era muito pesado.
Por isso lá fui comprar umas barras de alumínio.
Era mesmo aquilo que queira!
Cheguei a casa e construí uma autêntica obra de engenharia!
Passei horas á volta da armação!
Mas aquilo ficou com pinta, aliás, e modéstia à parte, ficou com muita pinta! Estava muito orgulhoso do meu trabalho!
Durante um dia admirei toda aquela obra de arte!
Até ao momento que coloquei os sacos cheios! O alumínio não era suficientemente forte para aguentar o peso das roupas, do saco cama e das (poucas) ferramentas da bicicleta.
E o pior, era sábado à noite, véspera de Páscoa... Não havia tempo para fazer nada. Já tínhamos entrado em contagem decrescente para a partida e não havia nada que a impedisse... E aí praguejei! E muito... E agora como vou resolver as coisas?
Olhei para o suporte da Trek e pensei... A Cris vai ter que levar peso extra...
Era a única coisa a fazer...
Revi as coisas a levar. Eu já tinha reduzido tudo ao mínimo... Acabei por deixar as meias, apenas porque me esqueci...
Mas a Cris não podia levar tudo!
Olhei para a minha obra-prima e noutro ataque de genial engenharia dobrei, refiz, ajustei, apertei, de modo a que pudesse levar o máximo sem ter nada a bater nos raios.
E mais uma vez senti-me orgulhoso com a minha obra! Da primeira não tinha resultado, mas agora nada podia falhar!

No Domingo á noite, juntámo-nos os seis lá em casa para os últimos pormenores...
Faltavam poucas horas...




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