quarta-feira, setembro 14, 2011

Plebeu, talvez...


Ouvem-se trombetas...
As bandeiras estão a meia haste...
O Sol há muito que se escondeu...
Os pássaros do bosque perderam o seu canto!
As flores perderam a sua cor...
No Reino, todos estão tristes...
A Princesa desapareceu!
As lágrimas correm pela face do Rei!
Sente-se pequeno... Muito pequeno.. Impotente!
Procurou-a incansavelmente mas não a encontrou!
A Princesa desapareceu!
O Rei não a reconhece... À sua Princesa...
Gritou aos quatro ventos, mas a resposta foi o silêncio!
Onde estás?
Mais uma lágrima lhe corre pela face...
Mais uma que vai ao encontro do oceano que mancha o chão!
Muitas lágrimas tinha o Rei...
Ninguém lhe pode valer... A não ser ela...
Mas...
A Princesa desapareceu!
O Rei pergunta aos pontos cardeais se a viu...
Ela está sem norte!
O Rei olha o horizonte... A esperança vive no seu coração...
No entanto, sabe que ela não vai voltar...
O Rei sente-se ainda mais pequeno...
A Princesa desapareceu!
Sem novas, o coração do monarca mirra...
Olha os caminhos...
Sela os cavalos e parte sem destino...
A chuva aparece!
A chuva sim, compreende-o...
Ajuda-o a chorar...
E assim, ninguém sabe se chora ou se é a água celestial que lhe varre o rosto.
A Princesa desapareceu!
O Rei sofre...
Rei sem trono...
Rei sem reino!
Sem Rei... Com rocha!
Uma rocha no peito!
Onde antes batia um coração pleno de amor...
Agora nada bate!
E foi ela! Ela roubou-lhe a vida...
Regressa ao lar... um lar que nunca o foi...
Os emissários trazem novas!
Alguém a viu, dizem uns, não era ela, dizem outros...
A certeza é que ela desapareceu!
O Rei não consegue explicar...
Também nunca foi Rei!
Plebeu, talvez...
Um pobre coitado...
Espera a morte...
A vida perdeu o sentido...
A Princesa desapareceu!

Luiz Pessoa